CartaExpressa
STF absolve homem por porte ilegal de arma que não disparava
O entendimento firmado é de que se trata de um conceito próximo ao de simulacro ou arma obsoleta
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2022/07/arma_de_fogo_cacs.jpg)
A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal absolveu um homem do crime de porte ilegal de arma de fogo, uma vez que a perícia demonstrou que o revólver não estava em condições de uso. A Corte julgou o caso no plenário virtual, em sessão encerrada em 22 de março.
O entendimento firmado é de que se trata de um conceito próximo ao de simulacro ou arma obsoleta, cujo porte não configura crime. A arma apreendida era defeituosa e incapaz de disparar, segundo a perícia.
No caso concreto, a primeira instância havia condenado o homem por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. Na sequência, o Tribunal de Justiça do Maranhão e o Superior Tribunal de Justiça confirmaram a decisão. O processo chegou ao STF por meio de um habeas corpus apresentado pela Defensoria Pública maranhense.
O relator, ministro André Mendonça, reforçou que, embora o crime de porte ilegal de arma envolva perigo abstrato – ou seja, não é necessário demonstrar efetivo perigo para consumá-lo -, o laudo pericial atestou a ineficácia do revólver.
Para Mendonça, portanto, não seria possível sequer chamar o objeto de arma de fogo, nem punir uma tentativa em que seria inviável consumar o crime. Ele foi seguido por todos os demais ministros da 2ª Turma: Dias Toffoli, Edson Fachin, Gilmar Mendes e Kassio Nunes Marques.
Relacionadas
CartaExpressa
Moraes dá duas horas para redes sociais excluírem novos perfis de Monark
Por CartaCapitalCartaExpressa
Lewandowski: Decisão do STF sobre a maconha aliviará a superlotação das prisões
Por CartaCapitalCartaExpressa
‘Censor-geral da República’: a brincadeira de Toffoli com Moraes em julgamento no STF
Por CartaCapitalCartaExpressa
Liberar porte de 25g de maconha tiraria 42 mil pessoas da prisão, aponta Ipea
Por André LucenaApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.