CartaExpressa
Subprocuradores cobram Aras: ‘Não lhe é dado assistir passivamente aos ataques’
‘O regime democrático não tolera ameaças vindas de integrantes de Poderes’, diz a carta divulgada pela cúpula da PGR
27 subprocuradores da República se uniram nesta sexta-feira 6 para a divulgação de uma carta em que afirmam que o procurador-geral, Augusto Aras, não pode “assistir passivamente” aos ataques contra ministros do Supremo Tribunal Federal.
A cúpula da PGR reage, desta forma, à intensificação das agressões de Jair Bolsonaro ao Poder Judiciário, embora o presidente não seja mencionado no texto.
“Na defesa do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, de seus integrantes e de suas decisões deve agir enfaticamente o procurador-geral da República – que, como procurador-geral eleitoral, tem o papel fundamental como autor de ações de proteção da democracia -, não lhe sendo dado assistir passivamente aos estarrecedores ataques àquelas Cortes e seus membros, por maioria de razão quando podem configurar crimes comuns e de responsabilidade”, diz trecho do manifesto.
Entre os signatários da carta estão os subprocuradores Luiza Frischeisen, Mario Bonsaglia e Nicolao Dino, que compuseram a lista tríplice do Ministério Público Federal para suceder Aras. Bolsonaro, porém, ignorou a eleição interna e indicou o atual procurador-geral para um novo mandato de dois anos.
“O regime democrático não tolera ameaças vindas de integrantes de Poderes, consistindo em crime de responsabilidade usar de ameaça para constranger juiz a proferir ou deixar de proferir despacho, sentença ou voto, ou a fazer ou deixar de fazer ato do seu ofício”, afirmam ainda os subprocuradores.
Na carta, a cúpula da PGR também declara que “as urnas eletrônicas – auditáveis em todas as etapas do processo eleitoral –, escolhidas como meio de expressão e apuração do voto popular por lei do Congresso Nacional e avalizadas pela Justiça Eleitoral e pelo Ministério Público Eleitoral, mostraram-se invariavelmente confiáveis, sendo inaceitável retrocesso a volta das apurações manuais”.
Relacionadas
CartaExpressa
Lula: ‘Quem está na Presidência só perde a eleição se for incompetente’
Por CartaCapitalCartaExpressa
Deputados vão à PGR contra Salles por exaltar tentativa de golpe na Bolívia
Por CartaCapitalCartaExpressa
Petrobras encerra contrato com gigante dos fertilizantes Unigel
Por CartaCapitalCartaExpressa
Equatorial Energia é a única a apresentar proposta e fica com 15% da Sabesp
Por CartaCapitalApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.