Telegram rebate Dino e nega não ter enviado informações ao governo

A plataforma alegou que não foi notificada no primeiro pedido de informações enviado pela Senacon; a secretaria admite, mas diz que falta de sede no Brasil dificultou contato

O ministro da Justiça, Flávio Dino. Foto: Isaac Amorim/MJSP

Apoie Siga-nos no

A plataforma Telegram rebateu as afirmações feitas pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, de que a empresa não teria enviado ao governo informações sobre as medidas adotadas para restringir conteúdos que incitem violência.

No dia 20 de abril, em coletiva de imprensa, o ministro disse que plataformas digitais tinham respondido ao pedido pedido encaminhado via Secretaria Nacional do Consumidor, com exceção do Telegram.

Em posicionamento divulgado nesta quinta-feira 4, no entanto, a empresa disse que não tinha sido incluída no primeiro pedido de informações enviado pela Senacom no dia 13 de abril; e que somente no dia 20 recebeu um email da secretaria, tendo respondido na data que as informações seriam enviadas no prazo solicitado. O Telegram informou que as informações foram encaminhadas no dia 24 de abril.

“Ao contrário das afirmações espalhadas pelo Ministro da Justiça Flávio Dino, o Telegram respondeu à solicitação da SENACON um dia útil após o envio. Diferente de outras empresas, o Telegram não foi informado sobre a solicitação até o dia que foi culpado de ‘não responder'”, publicou a plataforma em uma rede social.

Em nota encaminhada a CartaCapital, a Secretaria Nacional do Consumidor reconheceu que, de fato, o Telegram não havia recebido formalmente a notificação até o momento da coletiva de imprensa do governo, o que ‘induziu a informação equívoca’.

Ponderou, no entanto, que ‘o Telegram possui um histórico comportamento de não cooperação com as autoridades brasileiras, dos diferentes Poderes da República, em temas sensíveis para a população’. E que o fato da empresa não possuir sede oficial no País dificultou a sua notificação no dia 13 de abril, junto com as demais plataformas.


Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Relacionadas

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.