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Temer cita ‘diálogo difícil’ com o PT e evita declarar voto em Lula ou Bolsonaro

Ex-presidente não quis revelar quem escolheria em um possível segundo turno sem Simone Tebet

Fotos: Antonio Cruz/ Agência Brasil; Ricardo Stuckert; e Evaristo Sá/AFP
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O ex-presidente Michel Temer (MDB) considera difícil manter o diálogo com o PT após as críticas do partido às reformas econômicas feitas em seu governo. Em entrevista ao jornal O Globo, o emedebista também não quis revelar em quem votaria caso o segundo turno seja entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Fica difícil manter um diálogo transparente quando se diz que foi golpe”, disse Temer em referência ao impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff. “Não posso concordar com quem afirma que quem fez a reforma trabalhista tem uma mentalidade escravocrata. Com quem diz que a Lei das Estatais não deve valer. O diálogo fica difícil”, acrescentou.

Temer foi vice de Dilma e assumiu o governo após a queda da petista. Em seu mandato, o ex-presidente fez as reformas trabalhista, do Ensino Médio e encaminhou a da Previdência, além de instituir o Teto de Gastos.

Na conversa, o emedebista também criticou Bolsonaro e reforçou, no primeiro turno, o voto na pré-candidata do seu partido Simone Tebet.

Sobre um possível segundo turno sem a colega de partido, Temer deixou as duas prováveis alternativas em aberto.

“Não tenho nada contra o Lula. Acho que ele fala para a base. E para agradar diz essas coisas que falamos aqui como ‘golpe, escravocrata’ e ameaça acabar com o teto de gastos”, declarou. “Então, dizem que a partir daí eu votaria no Bolsonaro. Mas eu nunca declarei que votaria nele. Significa que eu não possa votar nele? Não significa. Eu não sei o que pode vir a acontecer”.

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