O ex-presidente Michel Temer (MDB) não vê semelhanças entre o atual momento político com aquele que terminou com o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016.
Em entrevista à Folha, sobre o possível afastamento do presidente Jair Bolsonaro, o medebista afirmou que talvez, pela proximidade com a eleição do ano que vem, não seja o melhor momento.
“No presente momento, é mais um esquema eleitoral, não uma consciência coletiva como em 2016, que havia começado em 2013. Eu vi pesquisas mostrando uma divisão da população sobre impeachment. Mas enfim, levar adiante um impeachment pode causar distúrbio”, disse.
“O processo de impeachment não é jurisdicional, é político. De conveniência e oportunidade. Se aquilo chegar ao Senado e a Casa considerar que há o risco de um conflito civil, como o processo é político, por mais que as provas sejam robustas, talvez o melhor seja esperar as eleições”, acrescentou.
De acordo com ele, tirar Bolsonaro “não seria útil”.
“Eu não acho útil, com toda a franqueza. Se formos cronometrar, vai levar oito, nove meses, chegando nas eleições. Vale a pena? Convenhamos, o pessoal que apoia o presidente é tão ou mais ativo do que do PT”, declarou.
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