O Twitter informou nesta segunda-feira 25 que a transmissão ao vivo compartilhada pelo presidente Jair Bolsonaro na última quinta-feira 21 “violou as regras sobre a publicação de informações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas à Covid-19”. A rede social, porém, não excluirá o post.
Segundo o Twitter, ainda que a postagem contrarie as regras da plataforma, “pode ser do interesse público que continue acessível”. No domingo 24, o Facebook, por outro lado, decidiu deletar a transmissão.
Na live, Bolsonaro mentiu, mais uma vez, sobre as vacinas contra a Covid-19. Agora, o ex-capitão liga os imunizantes ao desenvolvimento da Aids.
A afirmação, falsa, foi desmentida por cientistas de todo o mundo e publicada em um site inglês conhecido por espalhar teorias da conspiração. A fake news que relaciona vacinas ao desenvolvimento da doença já era conhecida, a ponto de a Organização Mundial de Saúde ter reforçado a importância de portadores de HIV serem imunizados contra a Covid-19.
Nesta segunda, a bancada do PSOL na Câmara e o deputado Túlio Gadêlha (PDT-PE) acionaram o Supremo Tribunal Federal contra Bolsonaro.
Na notícia-crime, os parlamentares apontam que Bolsonaro cometeu infração de medida sanitária preventiva voltada a proteger a “incolumidade pública no que concerne à saúde da coletividade”. Mencionam, também, o artigo do Código Penal que estabelece o crime de “expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente”, já que Bolsonaro, em sua live, incentivou “clara exposição da população brasileira ao vírus, ao propagar mentiras sobre a vacina.” Ainda acusam o ex-capitão de violar o princípio da moralidade, de improbidade administrativa e de crime de responsabilidade.
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