Cultura

A ambição dos pequenos

Super Nada traz a relação entre um ídolo e um fã que o idolatra

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SUPER NADA


Rubens Rewald e Rossana Foglia

Guto (Marat Descartes) é um daqueles tantos artistas de rua com que cruzamos na metrópole sem dar grande atenção ou a que assistimos com complacência também na animação de festas. Zeca (o sambista Jair Rodrigues) trafega num universo mais confortável e bem-sucedido. Estrela um programa popular de tevê, é um apresentador e humorista de velha geração, mas que ainda pode contar com o carinho do público.

Guto o idolatra desde a infância e o tem como modelo maior. No encontro fadado a ocorrer entre um e outro está o ponto dramático de Super Nada, o ótimo filme realizado pela dupla de cineastas Rubens Rewald e Rossana Foglia que entra em cartaz nesta sexta 15.

Na intenção de delinear a insignificância do cotidiano de Guto, em seus testes frustrados de elenco, nas tentativas de vencer o circuito limitado da arte a que está circunscrito, o filme caminha também nos pequenos gestos. Mas são expedientes sempre significativos que ajudam a compreender a noção do sucesso que inexiste ao personagem, mas


que ele busca ao se espelhar em seu ídolo.

Este por sua vez tem outra reflexão a fazer, como se verá, que pertence mais ao domínio da maturidade, da conquista vitoriosa, dos que chegaram lá, enfim. Essenciais à dramaticidade são os dois atores protagonistas, numa inusitada presença do ex-parceiro de Elis Regina, que parece convocar a própria verve, e mais uma atuação sem pequenas dimensões de Marat, premiado como melhor ator no Festival de Gramado.

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