Cultura

Clint Eastwood redescobre a Broadway em ‘Jersey Boys’

Diretor de ‘Menina de Ouro’ adapta bem-sucedido musical sobre o grupo The Four Seasons, famosos por ‘Sherry’ e ‘Can’t Take my Eyes Off You’

Lloyd Young, Erich Bergen, V. Piazza e Michael Lomenda em cena do longa
Apoie Siga-nos no

O diretor Clint Eastwood revela em Jersey Boys: Em Busca da Fama a excepcional história do grupo de pop-rock The Four Seasons, que na década de 1960 triunfou com canções famosas, mas que foi afetado por rivalidades internas e pelas amizades duvidosas de seus integrantes.

Com um roteiro de Rick Elice e Marshall Brickman — coautor dos primeiros filmes de Woody Allen –, Eastwood segue ao pé da letra a construção dramática do famoso espetáculo musical da Broadway e cria um título no qual as canções são onipresentes, mas bem distante de longas ao estilo Os Miseráveis.

“Acredito que toda a carreira de Clint Eastwood leva a este filme”, afirma John Lloyd Young, que interpreta o vocalista Frankie Valli. “Clint é um fã e um músico de jazz, compôs a música de alguns de seus filmes, conhece música. Se você analisar a carreira dele, verá sinais no caminho que anunciavam que, quando este espetáculo existisse, ele estaria perfeitamente capacitado para adaptá-lo.”

O ator Erich Bergen, que interpreta Bob Gaudio, destaca que os conflitos entre os ex-integrantes do Jersey Boys não acabaram. Em meados da década de 1950, Frankie Valli e Tommy DeVito, dois ítalo-americanos de Nova Jersey, se uniram na primeira formação da dupla.

Apesar da voz em falsete de Frankie ter proporcionado um pouco de fama, foi apenas com a chegada, na década de 1960, de Nick Massi e Bob Gaudio – compositor de todos os sucessos do grupo – que The Four Seasons decolou para a fama mundial.

Sherry, Big Girls Don’t Cry, Walk Like a Man, Rag Doll, Save it for Me e Can’t Take My Eyes Off You foram sucessos em todo o mundo e estão entre as canções mais regravadas da história.

Mas a inveja, os conflitos de interesse, as duvidosas relações de Tommy — cercado pela máfia — e a má administração da fortuna do grupo provocaram o fim da banda.

 

“Não é uma história do passado”, justifica Bergen. “No dia da exibição do filme em Las Vegas, os membros originais do Four Seasons estiveram ao nosso lado e Frankie não dirigiu a palavra a Tommy. Esta história ainda não acabou.”

Três dos quatro atores do filme participaram na produção do musical em Las Vegas. O último a chegar, Vincent Piazza (Tommy DeVito), conhecido pela série de TV Boardwalk Empire, nunca havia cantado ou dançado, mas conseguiu superar o desafio.

“Tommy não era o mais assíduo do grupo porque tinha uma vida paralela. Portanto, se ele estava um pouco desconcentrado, tinha uma desculpa porque era justamente o tipo de cara que errava um passo, que poderia estar distraído, jogando em um cassino ou com mulheres”, disse.

Michael Lomenda, que interpretou Nick Massi “mais de 1.200 vezes”, viveu o filme como uma “experiência totalmente nova, porque é necessário saber quem você é e desenvolver a própria identidade”.

Fiel a seu estilo, Eastwood terminou as filmagens antes do tempo previsto e respeitou o orçamento estabelecido, limitando-se a uma ou duas tomadas por cena e confiando totalmente nos atores. “Ele está em um ponto na carreira no qual faz o que quer”, reconheceu Erich Bergen. “Há poucas pessoas que teriam conseguido fazer Jersey Boys como ele fez, sem estrelas do cinema, sem transformar a peça em um musical caro”.


ENTENDA MAIS SOBRE: ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo