Cultura

Contas a acertar

Gonzaga de Pai pra Filho, que estreia nesta sexta 26 nos cinemas, exalta a limites nem sempre toleráveis o flagrante emocional que se sustentaria pela história, e a música investida de reiteração daquela

Apoie Siga-nos no

Gonzaga de Pai para Filho


Breno Silveira

Finda a trilogia da emoção acoplada à música, ou vice-versa, o diretor Breno Silveira reflete sobre o que haveria de inventário pessoal desde que abriu, em 2005, uma era de êxitos no cinema brasileiro com Dois Filhos de Francisco. Neste e no seguinte, À Beira do Caminho, lançado há pouco, a temática da relação conturbada entre pai e filho se impôs em maior ou menor grau ao herdeiro de exilados políticos que cresceu na Argélia. “Quando voltei, não  entendia meu país”, diz. “A música e o cinema foram a maneira de compreendê-lo.” Mas esse  percurso iniciado a convite de estrelas do sertanejo e depois seguido pela apreciação de Roberto Carlos não era tão evidente quanto em Gonzaga de Pai pra Filho, a partir de sexta 26 nos cinemas.

Faz sete anos que Silveira se debruçou sobre esse outro rei, o do baião, e a inversão de  lançamentos parece coroar suas intenções. O drama exalta a limites nem sempre toleráveis as características dos longas anteriores, como o flagrante emocional que se sustentaria pela história, e a música investida de reiteração daquela. Porque aqui, de novo, a trilha servirá como vínculo imediato entre a plateia e a trama acomodada a um melodrama entre Luiz  Gonzaga pai (o músico Chambinho do Acordeom) e Gonzaguinha filho (Júlio Andrade), no  abandono paterno sofrido por este com a morte da mãe. Requer alguma boa vontade driblar a insistência pelo choro para se chegar ao genuíno, no uso de imagens de arquivo e no acerto de contas que a boas fontes biográficas esclarecem.

Gonzaga de Pai para Filho


Breno Silveira

Finda a trilogia da emoção acoplada à música, ou vice-versa, o diretor Breno Silveira reflete sobre o que haveria de inventário pessoal desde que abriu, em 2005, uma era de êxitos no cinema brasileiro com Dois Filhos de Francisco. Neste e no seguinte, À Beira do Caminho, lançado há pouco, a temática da relação conturbada entre pai e filho se impôs em maior ou menor grau ao herdeiro de exilados políticos que cresceu na Argélia. “Quando voltei, não  entendia meu país”, diz. “A música e o cinema foram a maneira de compreendê-lo.” Mas esse  percurso iniciado a convite de estrelas do sertanejo e depois seguido pela apreciação de Roberto Carlos não era tão evidente quanto em Gonzaga de Pai pra Filho, a partir de sexta 26 nos cinemas.

Faz sete anos que Silveira se debruçou sobre esse outro rei, o do baião, e a inversão de  lançamentos parece coroar suas intenções. O drama exalta a limites nem sempre toleráveis as características dos longas anteriores, como o flagrante emocional que se sustentaria pela história, e a música investida de reiteração daquela. Porque aqui, de novo, a trilha servirá como vínculo imediato entre a plateia e a trama acomodada a um melodrama entre Luiz  Gonzaga pai (o músico Chambinho do Acordeom) e Gonzaguinha filho (Júlio Andrade), no  abandono paterno sofrido por este com a morte da mãe. Requer alguma boa vontade driblar a insistência pelo choro para se chegar ao genuíno, no uso de imagens de arquivo e no acerto de contas que a boas fontes biográficas esclarecem.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo