Falar pelos outros

Para Ana Maria Gonçalves, autora do seminal Um Defeito de Cor, a ideia de representatividade virou uma armadilha

Identidade. Agora relançado, o épico de quase mil páginas, narrado por uma escrava, mudaria para sempre a vida da escritora nascida em Ibiá (MG) - Imagem: Leo Pinheiro

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Quando Um Defeito de Cor foi lançado pela Editora Record, em 2006, a Lei de Cotas (2012) não existia e as obras de artistas negros ainda figuravam, na museografia brasileira, em um espaço reservado – o Museu Afro, por exemplo, criado por Emanoel Araujo, havia sido aberto dois anos antes.

As quase mil páginas escritas por Ana Maria Gonçalves causaram então um impacto discreto, porém profundo. Elogiado por Millôr Fernandes em O Globo e por Marcelo Leite na Folha de S.Paulo, o livro foi sendo vagarosamente descoberto pelo establishment cultural e vorazmente agarrado por jovens leitoras negras.

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