Cultura

Humor com crédito

No filmes “Viúvas”, do diretor argentino Marcos Carnevale, Valeria Bertuccelli e Graciela Borges vão do melodrama patético ao riso franco

Matriz e filial. Valeria Bertuccelli e Graciela Borges, do melodrama patético ao riso franco
Apoie Siga-nos no

Viúvas


Marcos Carnevale

Do cinema que se conhece de Marcos Carnevale, por aqui, sabemos ser o diretor argentino hábil em construir tramas de apelo popular, com personagens um tanto peculiares, se não extravagantes, e extrair interpretações de bons atores com empatia. A fórmula se repete neste, Viúvas, em cartaz a partir da sexta 21, sem, no entanto, renovar muito do que se viu em Elsa & Fred – Um Amor de Paixão e Mariscos e Mexilhões. Mesmo a opção em centrar força numa protagonista de talento está de volta. No caso, Graciela Borges, veterana de cinema e teatro, que apreciamos nos ótimos O Pântano e Entre Irmãos, sem a qual o filme por certo não sustentaria tanto interesse.

Graciela é Elena, uma das viúvas do  título. A outra é Adela (Valeria Bertuccelli), a quem Elena descobre ser a amante muito mais jovem de seu marido quando este morre. O inesperado então se dá. Carente e sem rumo na vida, Adela quer de todo modo ser ouvida e acolhida pela esposa oficial, mas rejeitada, vai ao limite na tentativa de suicídio. Consegue então se mudar para a casa dela, o que ocasiona o esperado mal-estar e também as discussões terapêuticas, chance para o humor mordaz de Graciela. Entre a dupla se coloca a empregada duplamente estigmatizada pela patroa, na sua origem indígena e por ser travesti. Nessa confluência entre um melodrama patético e o riso franco está, claro, uma ponta do cinema de Almodóvar, que quando refeito com carinho não o desabona.

Viúvas


Marcos Carnevale

Do cinema que se conhece de Marcos Carnevale, por aqui, sabemos ser o diretor argentino hábil em construir tramas de apelo popular, com personagens um tanto peculiares, se não extravagantes, e extrair interpretações de bons atores com empatia. A fórmula se repete neste, Viúvas, em cartaz a partir da sexta 21, sem, no entanto, renovar muito do que se viu em Elsa & Fred – Um Amor de Paixão e Mariscos e Mexilhões. Mesmo a opção em centrar força numa protagonista de talento está de volta. No caso, Graciela Borges, veterana de cinema e teatro, que apreciamos nos ótimos O Pântano e Entre Irmãos, sem a qual o filme por certo não sustentaria tanto interesse.

Graciela é Elena, uma das viúvas do  título. A outra é Adela (Valeria Bertuccelli), a quem Elena descobre ser a amante muito mais jovem de seu marido quando este morre. O inesperado então se dá. Carente e sem rumo na vida, Adela quer de todo modo ser ouvida e acolhida pela esposa oficial, mas rejeitada, vai ao limite na tentativa de suicídio. Consegue então se mudar para a casa dela, o que ocasiona o esperado mal-estar e também as discussões terapêuticas, chance para o humor mordaz de Graciela. Entre a dupla se coloca a empregada duplamente estigmatizada pela patroa, na sua origem indígena e por ser travesti. Nessa confluência entre um melodrama patético e o riso franco está, claro, uma ponta do cinema de Almodóvar, que quando refeito com carinho não o desabona.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo