Infância que encanta

Yann Samuell renova a trama de A Guerra dos Botões, relembrando a infância idílica que os adultos guardam com nostalgia

Tempo de formação. O elenco infantil bem dirigido dá o tom da comédia que marcou uma geração

Apoie Siga-nos no

A guerra dos botões


Yann Samuell

Desde o ano passado duas refilmagens de A Guerra dos Botões atraem a atenção na França. Uma é de Christophe Barratier, que conhecemos aqui de A Voz do Coração, e traz Laetitia Casta e Guillaume Canet no elenco. A outra é de Yann Samuell, que escalou Alain Chabat, Eric Elmosnino e Mathilde Seigner nos papéis adultos. E por que tantas estrelas do país se engajaram nos projetos? O espectador brasileiro pode conferir pela primeira vez ou relembrar a força e sedução dessa comédia que se tornou marco de toda uma geração a partir de sexta 6, quando a versão de Samuell chega às telas.

Com essas, são cinco as adaptações da obra de Louis Pergaud escrita em 1912. A primeira ocorreu em 1936, mas foi a de Yves Robert, três décadas depois, que cativou público e crítica com grande sucesso de bilheteria à época. Fama que cruzou o Canal da Mancha e gerou até mesmo uma revisão irlandesa.

Fácil supor que tamanha fama venha da abordagem daquela infância idílica que os adultos guardam com nostalgia, ou da passagem dela para os primeiros sinais juvenis. Mas não só isso. Há a qualidade de saber manejar as crianças em cena, afinal as grandes estrelas aqui, divididas nas duas turmas rivais de vilarejos que nos anos 1950 se enfrentam no limite do que hoje o politicamente correto calcou como bullying.

Samuell, habituado ao universo infantil no cinema, tem a mão e mesmo renova a trama com Lanterna, uma menina que como tal não será bem aceita nos jogos masculinos. Uma pequena modernização para que o encanto deste olhar sobre um tempo de formação se mantenha eterno.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.