Poucas semanas atrás, Jair Bolsonaro chamou Mário Frias, titular da Secretaria Especial de Cultura, para sentar-se ao seu lado em uma live. Pediu que o ator falasse de forma “rápida”, “objetiva” e “devagar para todo mundo entender”. Frias, olhando para a cola salva no celular, repetiu, feito mantra, que a Lei Federal de Incentivo à Cultura, conhecida como Lei Rouanet, mobilizou, em 30 anos, 48 bilhões de reais e acumulou um passivo de 13 bilhões de reais. O discurso da mamata manteve a atenção do presidente.
Na sequência, Frias contou ter lançado uma linha de apoio ao setor de eventos, “dizimado” pela pandemia. Bolsonaro bocejou. O secretário, já menos à vontade, partiu para um tema que, dois anos atrás, era caro a Bolsonaro: a Agência Nacional do Cinema (Ancine). Ao ouvir que “acabou a bagunça na Ancine” e que estavam sendo lançados editais para o audiovisual, o PR, como o chama Frias, olhou com impaciência para o relógio. “E só pra gente terminar, PR…”, prosseguiu Frias, antes de um novo bocejo.
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