Cultura

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Invasões bárbaras

O bolsonarismo é advento do espírito antimoderno, espelho de uma ojeriza secular ao contemporâneo

Anticlímax. Uma semana depois da posse de Lula, cercada de simbolismo, os bolsonaristas foram ao revide. Avacalharam os poderes. Fizeram o avesso, a antítese, tudo para manter o País refém do passado. Tratou-se, no fim das contas, de uma contraposse - Imagem: Marcelo Camargo/ABR e Redes sociais
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A violação dos edifícios dos Três Poderes no domingo 8 foi, além de uma tentativa de golpe, um ato de terrorismo simbólico duplo. Vimos, de um lado, a negação imagética da posse de Lula. De outro, a mais perfeita tradução da repulsa bolsonarista ao projeto brasileiro de modernidade cultural e política.

Para a compreensão maior do desastre é preciso olhar, primeiro, para o que houve na semana anterior ao quebra-quebra. Depois, para o velho desprezo da direita brasileira pelas criações dos nossos muitos modernismos e pelo sistema institucional que mantém sua chama acesa. Na virada do ano, as esquerdas e os movimentos sociais progressistas ocuparam a capital federal com suas bandeiras e festejos, suas cores e valores, afinados na defesa da institucionalidade democrática. Viu-se ali um catártico sentimento de refundação e desforra que, exagerado ou não, dominou os trend topics da web por dias a fio.

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Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

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