O escritor e ambientalista Ailton Krenak se tornou o primeiro representante indígena a ingressar na Academia Brasileira de Letras, após eleição nesta quinta-feira 5.
“Ailton Krenak é escritor de renome e figura central no movimento literário indígena do País. Sua voz é fundamental para o cenário atual, pois é elo entre a rica herança cultural e histórica dos povos originários e a literatura nacional”, afirmou a ABL depois da escolha.
A academia avaliou que a eleição do poeta e filósofo da etnia krenak “reafirma o compromisso em promover a diversidade e a inclusão” na literatura brasileira.
Eleito com 23 dos 39 votos possíveis, Krenak, de 70 anos, ocupará o assento deixado pelo historiador José Murilo de Carvalho. Na disputa, histórica devido ao número de candidatos inscritos (15), também estava outro representante indígena, o escritor Daniel Munduruku.
Krenak chamou a atenção da mídia em 1987, quando, discursando na tribuna da Assembleia Constituinte a favor de leis para proteger as comunidades indígenas, pintou o rosto de preto com tinta de jenipapo.
A Constituição de 1988, elaborada após a ditadura militar, finalmente garantiu aos indígenas o direito de ocupar suas terras ancestrais, demarcadas pelo Estado.
Krenak escreveu vários livros, incluindo Ideias para Adiar o fim do mundo e A vida não é útil.
(Com informações da AFP)
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