Cultura
O corpo visto como obsoleto
Um estudo recorre a pinturas, fotos e a produções de TV para analisar as velhices em diferentes sociedades
No período em que trabalhou no jornal O Globo, o colunista esportivo Fernando Calazans recebeu um e-mail de um leitor com elogios à sua coluna. O leitor fez, porém, uma ressalva: disse que o colunista se tornava um chato quando, ocasionalmente, lembrava os nomes de jogadores como Pelé, Didi, Garrincha e Nilton Santos, entre outros.
Com o talento e a classe que o caracterizam, Calazans respondeu: “Imagino que, se o leitor gostasse, digamos, de literatura, em vez de futebol, acharia muito chato também o crítico que fizesse referência a Shakespeare, Cervantes, Eça de Queiroz e Machado de Assis. E que, se gostasse de pintura, odiaria falar de Leonardo da Vinci, Rembrandt, Van Gogh e Picasso.”
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.