Onde vivem os monstros

Das criações de Bosch e Dante à série protagonizada pelo chef Gordon Ramsay, as visões do inferno mostram-se irresistíveis

Perdição. Diante do tríptico O Jardim das Delícias Terrenas, de Bosch, os visitantes pouco se detêm sobre o Éden. Os olhos se fixam, sobretudo, no inferno – Imagem: Museu do Prado/Madri

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Um grupo de pesquisadores ligados à neurociência, à engenharia e à biomedicina notou, recentemente, que, quando os visitantes do Museu do Prado, em Madri, param diante do tríptico O Jardim das Delícias Terrenas, de Hieronymus Bosch, dão pouca atenção ao paraíso. Detêm-se mais sobre a perdição.

O frequentador médio do museu gasta apenas 16 segundos defronte do painel à esquerda, que retrata um Éden alegre e bucólico. A seção central, que mostra uma orgia polimorfa, mantém os espectadores atentos por 26 segundos. Quando chegam ao último lado, eles gastam 33 segundos explorando um inferno perverso, no qual pessoas copulam com pássaros, um porco veste uma touca de freira e um conjunto de gaitas de foles imita um pênis murcho e um saco escrotal inchado.

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1 comentário

ricardo fernandes de oliveira 2 de julho de 2023 12h34
Bom texto. Parabéns

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