Diversidade

Ceará foi estado com mais morte de pessoas trans no 1º trimestre de 2023, diz pesquisa

De acordo com o levantamento, 68% das vítimas eram pretas ou pardas

Foto: Agencia Brasil
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O Ceará foi o estado brasileiro com mais casos de morte de pessoas trans nos três primeiros meses de 2023, de acordo com um relatório divulgado pela Rede Trans Brasil no início de abril. Os dados dizem respeito aos meses de janeiro, fevereiro e março de 2023.

No levantamento, foram contabilizados sete crimes desse tipo no Ceará, seguido de São Paulo e Minas Gerais, ambos com quatro mortes. Em todo o Brasil, foram contabilizadas 36 mortes, duas delas de adolescentes de 16 anos.

Ainda de acordo com o levantamento, 68% das vítimas eram pretas ou pardas.

Dados de 2022

Em janeiro, a Rede Trans divulgou seu relatório anual, divulgado no fim de janeiro, no qual foram contabilizados 100 homicídios em 2022 — uma redução de 12% em comparação com 2021.

O Ceará também foi o estado com mais registros de assassinatos, em números absolutos, com 11 registros. Em seguida, ficou Pernambuco, com sete registros. A região Nordeste do país foi a que mais teve ocorrências de mortes violentas de trans e travestis, de acordo com a Rede Trans Brasil.

As maiores vítimas desses assassinatos foram mulheres trans ou travestis por volta dos 35 anos e pretas. Todas as vítimas registradas no relatório eram mulheres trans ou travestis. Dentro desses 100 casos, 33,7% tinham entre 26 e 35 anos e 43,2% eram pretas. Nos casos em que foi possível identificar a ocupação dessas pessoas, metade era profissional do sexo.

Além dos homicídios, foram catalogados suicídios, tentativas de homicídio, mortes devido a complicações na aplicação de silicone industrial e violações de direitos humanos com base em casos divulgados em redes sociais e veículos de comunicação. Foram identificados 15 suicídios, 33 tentativas de homicídio e três vítimas de aplicação clandestina de silicone industrial.

A pesquisa ainda apontou para 96 casos de violações de direitos humanos — a mais comum delas foi a de proibição do uso de banheiros públicos, seguida de agressão física.

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