Inadimplência de micro e pequenas empresas permanece estável em março

O segmento de 'serviços' teve o maior número de MPEs inadimplentes

Em julho de 2022, os bancos formam a maior fatia de credores no País; mais de 60% das dívidas dos brasileiros são com o setor. Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

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Os dados do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian indicaram que, em março de 2024, 6,3 milhões de Micro e Pequenas Empresas (MPEs) estavam inadimplentes, número que se manteve estável desde dezembro de 2023.

O segmento de “Serviços” foi o que mais contribuiu para esse total, com 54,2%. O “Comércio” representou 37,8%, seguido por “Indústria” com 7,7% e a categoria “Demais” com 0,4%, que inclui os setores “Primários”, “Financeiros” e “Terceiro Setor”.

“Empreendimentos menores tendem a ter mais dificuldades com inadimplência devido ao menor fluxo de caixa e reservas financeiras limitadas para enfrentar emergências, além de muitos serem liderados por empreendedores novos no mercado”, explica Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.

As dívidas negativadas alcançaram R$ 115 bilhões e o valor médio de cada débito foi de R$ 2.635,3. Em média, cada pequeno negócio tinha 6,9 contas atrasadas. A maioria das MPEs com CNPJs negativados estava no Sudeste (52,4%) e a menor proporção no Norte (5,5%).

Em uma visão mais ampla, o mês de março registrou 6,7 milhões de empresas com inadimplência, acumulando dívidas de R$ 134 bilhões. O valor médio por empresa foi de R$ 2.785,7, com uma média de 7,2 boletos por empresa.

Cerca de 55,1% dos negócios com CNPJs inadimplentes eram do setor de “Serviços”, seguidos por “Comércio” com 36,2%, “Indústria” com 7,5%, “Primário” com 0,8% e “Outros” com 0,4%.


Na análise por segmentos nos quais os empreendimentos mais acumularam suas dívidas, a categoria “Outros” – que inclui principalmente indústrias, além de empresas do Terceiro Setor e Agronegócio – foi a mais representativa com 28,9%.

No âmbito estadual, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro foram os estados com maior número de empresas inadimplentes em março, enquanto Roraima, Acre e Amapá tiveram os menores índices de contas em atraso.

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