Americanas acusa Bradesco e ex-CEO de ‘conluio’ em investigação sobre fraude

Justiça tenta determinar responsabilidades no caso da varejista

Foto: Divulgação/Americanas

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A Americanas ofereceu uma resposta a acusações feitas pelo banco Bradesco e pelo ex-CEO da varejista, Miguel Gutierrez. No documento, endereçado à Justiça de São Paulo, a Americanas alega que a instituição financeira e o executivo fizeram um “conluio” para atacar o grupo. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira 11 pelo jornal O Globo.

As acusações mencionadas constam em uma ação do Bradesco, protocolada ainda no início do ano. Nela, o banco busca antecipar a produção de provas no caso de suposta fraude fiscal bilionária na Americanas. O caso é considerado o mais grave da história do mercado corporativo brasileiro.

De acordo com a publicação, a Americanas apresentou cópias de e-mails obtidos por uma investigação interna realizada na empresa. Nas mensagens, Gutierrez, que esteve à frente da Americanas até o final do ano passado, questiona a legitimidade da auditoria interna feita, à época, pela empresa PwC.

“A companhia reitera que o ex-dirigente da Americanas não apresentou contraprovas, em nenhum momento, para os documentos e fatos apresentados à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no dia 13 de junho de 2023, que demonstram a sua participação na fraude, evidenciada novamente em mais dados apresentados nesta manifestação aos autos do referido processo”, diz um trecho da petição. No trecho, a empresa faz referência à CPI instalada no Congresso para investigar o caso.

Gutierrez, que possui cidadania brasileira e espanhola, está em Madri. Ele é acusado pela atual gestão da companhia de ser responsável por esconder o rombo bilionário, revelado no início do ano. 

O executivo, por sua vez, afirmou, em depoimentos à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em março, e à Polícia Federal (PF), em junho, que nenhuma decisão estratégica era tomada sem a anuência dos principais acionistas de referência da Americanas, notadamente Carlos Alberto Sicupira. À CPI que investiga o caso, Gutierrez já disse que a atual gestão da Americanas tenta blindar Sicupira, além de Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles.


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