Economia

Americanas pede recuperação judicial também nos Estados Unidos

No Brasil, o processo já está em andamento, por autorização da 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro

Foto: Divulgação/Americanas
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A Americanas pediu oficialmente nesta quarta-feira 25 a abertura de um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos.

Agora, o objetivo é estender para os ativos em território norte-americano a proteção garantida pela recuperação em andamento no Brasil.

Na última quinta 19, o juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro, aceitou a solicitação de recuperação judicial apresentada pela Americanas, que declarou dívidas de 43 bilhões de reais.

Trata-se de um instrumento por meio do qual empresas podem evitar a falência. O processo permite que elas suspendam e renegociem parte das dívidas, evitando o encerramento das atividades, demissões e falta de pagamentos.

Segundo o juiz, esta é “uma das maiores e e mais relevantes recuperações judiciais ajuizadas até o momento no País”. Ele avaliou que “a eventual quebra do Grupo Americanas pode acarretar o colapso da cadeia de produção do Brasil, com prejuízos em relevantes setores econômicos, afetando mais de 50 milhões de consumidores, colocando em risco dezenas de milhares de empregos”.

Desde o início do mês, a varejista tenta sair de uma espiral de problemas após a revelação de um rombo de 20 bilhões de reais em balanços de 2022 e de anos anteriores. As “inconsistências contábeis” poderiam, segundo a companhia, alterar seu grau de endividamento e o capital de giro.

Enquanto isso, a guerra nos tribunais a envolver a recuperação judicial ganhará uma nova batalha. Bradesco e Santander buscam, por meio de um pedido de auditoria forense, abrir caminho para chegar ao patrimônio pessoal dos chamados acionistas de referência da Americanas: os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.

A apresentação do pedido foi revelada nesta quarta-feira 25 pelo jornal Valor Econômico. A peça busca demonstrar que houve fraude na condução da empresa, o que poderia levar à desconsideração da personalidade jurídica e, por consequência, à responsabilização dos sócios.

Os bancos solicitam depoimentos dos bilionários, de Paulo Alberto Lemann (filho de Jorge Paulo e integrante do conselho de administração da Americanas) e do ex-CEO Sergio Rial, que renunciou nove dias depois de assumir o cargo. Bradesco e Santander querem, ainda, acesso a e-mails e outras comunicações entre os envolvidos.

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