Economia
Após crescer por dois anos, produção industrial cai 1,1% em 2019
Efeitos na indústria extrativa, que acumulou maior queda, foram mais sentidos por conta da tragédia da Vale em Brumadinho
Dois anos de crescimento seguidos na produção nacional da indústria foram interrompidos em 2019, cujo setor registrou uma queda acumulada de 1,1%, segundo a Pesquisa Industrial Mensal divulgada nesta terça-feira 04 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com André Macedo, gerente da pesquisa, um grande peso no resultado negativo registrado foram os efeitos na indústria extrativa após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, que matou mais de 270 pessoas em janeiro do ano passado e culminou em uma queda de 9,7% em relação ao mesmo período 2018.
No entanto, a tragédia causada pela Vale não foi a única responsável pela retração. A pesquisa apontou que, entre os ramos industriais, 17 entre 29 apresentaram redução na produção. Metalurgia, artefatos de couro, artigos para viagem, calçados, e aparelhos elétricos foram outas categorias em queda.
Do outro lado, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis foram os que apresentaram maior alta, de 10,8%, o que foi impulsionado, segundo o IBGE, pela maior produção de óleos combustíveis.
A produção de bens de consumo, tanto duráveis quanto não duráveis, também foi responsável por tentar equilibrar a balança para o positivo. “O avanço no mercado de trabalho e a liberação de saques do FGTS injetaram dinheiro na economia, impulsionando essa atividade”, disse Macedo.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.