Economia

Após reação do ‘mercado’, Haddad diz não haver falta de compromisso de Lula com a meta fiscal

O presidente afirmou considerar pouco provável que o Brasil zere o rombo fiscal no ano que vem

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Washington Costa/MPO
Apoie Siga-nos no

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira 30 que o presidente Lula (PT) tem compromisso com o cenário fiscal do País e não trabalha para inviabilizar a meta de zerar o déficit nas contas públicas em 2024.

Segundo Haddad, Lula apenas constatou as dificuldades na arrecadação decorrentes de problemas de governos anteriores.

“Não há por parte do presidente nenhum descompromisso, pelo contrário. Se não estivesse preocupado com a situação fiscal, não estaria pedindo apoio da equipe econômica para orientação do Congresso”, disse o ministro, em coletiva de imprensa em Brasília.

Ele também mencionou decisões judiciais que impactam a arrecadação da União, relacionadas ao abatimento de subvenções dadas pelos estados a empresas e à exclusão do ICMS sobre a base de cálculo de PIS e Cofins.

Na sexta-feira 27, durante café da manhã no Palácio do Planalto em que CartaCapital esteve presente, Lula disse considerar pouco provável que o Brasil zere o rombo fiscal no ano que vem.

“Eu sei da disposição do Haddad, sei da vontade do Haddad, sei da minha disposição. Quero dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero”, disse o presidente.

“Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias para este País. Eu acho que muitas vezes o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que ele sabe que não vai ser cumprida.”

A declaração de Lula gerou reações no chamado “mercado”. Na sexta-feira, o dólar fechou em alta e a Bolsa teve uma queda acentuada.

Nesta segunda, Haddad foi questionado sobre a possibilidade de alterar a meta fiscal de 2024, mas não respondeu diretamente.

“A minha meta está estabelecida. Vou buscar o equilíbrio fiscal de todas as formas justas e necessárias para que tenhamos um país melhor”, afirmou o ministro.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo