Economia
China irá retomar importação de carne bovina do Brasil, diz ministro da Agricultura
Em fevereiro, o Brasil suspendeu exportação produto após um caso atípico de vaca louca ter sido identificado no Pará
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2023/03/Captura-de-Tela-2023-03-23-às-09.40.35.png)
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD-PR), disse nesta quinta-feira 23 que a China suspendeu a importação de carne bovina produzida no Brasil. Fávaro está na China desde a última segunda-feira 20 e compõe a comitiva brasileira que acompanhará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao país.
Até o momento, o governo chinês ainda não comunicou oficialmente a decisão, embora o chefe da Administração de Aduanas da China, Yu Jianhua, estivesse presente na coletiva em que Fávaro informou o fim do embargo. Além disso, não foi informada uma data exata de retomada das vendas de carne bovina brasileira.
Suspensão
Desde o dia 22 de fevereiro, o governo brasileiro suspendeu a exportação à China por conta própria – o acordo bilateral entre os países estabeleceu o movimento, como “autoembargo”, em 2015 -, depois que um caso de vaca louca foi identificado em Marabá, no estado do Pará. Países Tailândia, Irã, Jordânia e Rússia, alegando o mesmo motivo, suspenderam, total ou parcialmente, a importação.
No início de março, o Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou que um laboratório canadense independente realizou um exame que concluiu que o caso no Pará foi atípico, ou seja, surgiu de modo espontâneo e não representou risco de disseminação ao rebanho e ao ser humano.
Segundo dados da Associação Brasileira de Frigorífico (Abrafrigo), as exportações totais de carne bovina do Brasil movimentaram 13,09 bilhões de dólares em 2022, representando uma alta de 42% em comparação ao ano anterior. A China é o principal destino da carne bovina brasileira: no ano passado, foi responsável por mais da metade das vendas, tanto em preços (60,9%) quanto em volume (53,3%).
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.