Economia
Com a adesão da Argentina, a Nova Rota da Seda chinesa alcança 145 países
O ambicioso projeto de integração expande a influência de Pequim
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2022/02/1-6.gif)
A adesão da Argentina à Nova Rota da Seda, ou Belt and Road Initiative (BRI), o maior programa mundial de investimento estrangeiro em infraestrutura, criado pela China em 2013, marca a expansão, na América Latina, dessa estratégia criada para reconfigurar a geopolítica mundial, segundo vários especialistas. Um encontro entre os presidentes da Argentina, Alberto Fernández, e da China, Xi Jinping, formalizou o ingresso do 21º país latino-americano na BRI. “Não se trata apenas de uma assinatura de contrato, mas de um marco relevante nas relações bilaterais, muito importante para a Argentina, que procura se reorganizar economicamente e reencontrar seu lugar no cenário internacional”, explica o economista Bruno De Conti, professor do Instituto de Economia da Unicamp e pesquisador do Centro de Estudos Brasil-China, da mesma universidade. Não por acaso, diz, a adesão à Nova Rota da Seda foi acompanhada de um conjunto de outras discussões e acordos que visam o estreitamento da relação entre os dois países.
“É importante destacar” – acrescenta De Conti – “que o governo Fernández acaba de vir de uma importante renegociação de suas dívidas com o Fundo Monetário Internacional, mostrando competência para diálogos bem-sucedidos em todos os lados do ordenamento geopolítico atual. Essa história de escolher só um lado é de uma estupidez sem tamanho, algo que só pode ser visto em um governo pequeno e despreparado, como o brasileiro”, dispara o economista.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.