Parece feita de encomenda para o Brasil a proposta de ato delegado – algo como um decreto regulamentar – da Comissão Europeia sobre os critérios de classificação do hidrogênio que definem o tipo de energia que poderá ser utilizado para a produção: eólica, solar, geotérmica, hidrelétrica e biogás. “A Europa tem uma meta de instalar algo como 80 GW de eletrolisadores, a metade deles fora do continente. Mesmo sendo mais caro, os europeus estão dispostos a importar esse hidrogênio verde, que é mais caro do que o chamado ‘hidrogênio cinza’, isto é, obtido de fontes não renováveis, fósseis, por conta de política de desenvolvimento e de transição energética. Então vai haver um mercado para o H2V – não precisa esperar ele ser competitivo, porque vai haver uma demanda garantida por uma Europa disposta a pagar mais caro para acelerar o processo de transição energética”, sublinha Mauricio Tolmasquim, professor titular da Coppe/UFRJ e ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética.
“O Brasil está entre os países mais competitivos para a produção do hidrogênio verde, dado o potencial de energia renovável, sistema elétrico integrado e de baixo carbono, posição geográfica vantajosa para exportações para a América do Norte e Europa, além de demanda interna pelo combustível”, afirma Eduardo Sattamini, presidente da multinacional francesa Engie, cujos planos para o Brasil visam ao menos 4 GW de capacidade instalada de eletrólise para produção de hidrogênio verde até 2030 e implantar 700 quilômetros de redes dedicadas.
O Brasil é apontado como um dos países mais competitivos nesse mercado, revela estudo da McKinsey
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