Endividamento dos brasileiros cresce pela terceira vez e bate recorde em setembro

Segundo a CNC, cerca de 79,3% dos lares brasileiros possuíam contas a vencer no mês; dívidas atrasadas atingiram a maior taxa anual desde março de 2016

O endividamento das famílias é o maior em 12 anos, o que reduz o consumo e afeta a produção industrial - Imagem: Renato Luiz Ferreira e iStockphoto

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Um levantamento produzido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Turismo e Serviços (CNC) e divulgado nesta segunda-feira 10, apontou que, em setembro, cerca de 79,3% dos lares brasileiros possuíam contas a vencer, o que representa um terceiro aumento consecutivo em 2022. 

Os dados constam na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Segundo a CNC, houve uma desaceleração da alta da taxa de endividamento das famílias em relação aos meses anteriores. Em comparação a setembro de 2021, a proporção de endividados chegou a 5,3%, a menor taxa anual desde julho passado. 

O levantamento aponta ainda um aumento de 0,4% na taxa do endividamento dos mais pobres, que agora supera, pela primeira vez desde 2010, quando passou a ser produzido, a casa dos 80%. Entre as famílias de maior renda, diz a pesquisa, a taxa de endividamento se manteve estável, em 75,9%. 

De acordo com a Peic, o indicador de dívidas atrasadas atingiu 4,5%, a maior taxa anual desde março de 2016. O levantamento ainda mostra que as mulheres (5,9%) contraíram mais dívidas que os homens (5,1%) no período de um ano e possuem mais dívidas no cartão de crédito (80,9), um aumento de 0,9% entre agosto e setembro. 

 

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