Economia

“Eu não estou preocupado com a alta do dólar”, diz Paulo Guedes

Nesta terça-feira 26, a moeda chegou a R$ 4,219, renovando um recorde nominal histórico

Ministro da Economia, Paulo Guedes. Foto: Olivier DOULIERY / AFP
Apoie Siga-nos no

O valor do dólar vem batendo números recordes nos últimos dias. Nesta terça-feira 26, a moeda chegou a R$ 4,219, renovando um recorde nominal histórico. Ao ser questionado sobre a alta da moeda americana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse não se preocupar e disse que a diferença de valor “não tem problema nenhum.”

“Eu não estou preocupado com a alta do dólar. Pelo contrário. Achei absolutamente compreensível. O juro baixou, está em 5%. Quando tem política fiscal mais forte e juro mais baixo, o câmbio de equilíbrio é mais alto. O Brasil é agora um país interessante, com juros bastante baixo. Os investimentos vão começar e vai retomar o crescimento”, justificou o ministro.

Guedes está em Washigton, EUA, participando de um evento no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Ele concedeu uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira 25 e ficou mais de duas horas conversando com os jornalistas.

Em um certo momento, Guedes foi questionado sobre a desaceleração das reformas enviadas ao Congresso. O ministro reconheceu e disse que, quando as pessoas começam a ir para as ruas sem motivo aparente, é preciso entender o que está acontecendo e avaliar se é possível prosseguir com a agenda liberal.

“Chamar o povo para rua é de uma irresponsabilidade. Chamar o povo para rua para dizer que tem o poder, para tomar. Tomar como? Aí o filho do presidente fala em AI-5, aí todo mundo assusta, fala o que que é? (…) Aí bate mais no outro. É isso o jogo? É isso o que a gente quer? Eu acho uma insanidade chamar o povo para rua para fazer bagunça. Acho uma insanidade.”

O ministro também disse que não é possível se assustar com a ideia de alguém pedir um novo AI-5 diante de uma possível radicalização dos protestos de rua no Brasil, incentivados pelo ex-presidente Lula.

“Sejam responsáveis, pratiquem a democracia. Ou democracia é só quando o seu lado ganha? Quando o outro lado ganha, com dez meses você já chama todo mundo para quebrar a rua? Que responsabilidade é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5. Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente? Levando o povo para a rua para quebrar tudo. Isso é estúpido, é burro, não está à altura da nossa tradição democrática”, disse o ministro em Washington, EUA.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo