Economia

FMI pede aumento de tarifas de energia e ‘controle’ de salários na Argentina

As reivindicações do Fundo decorrem de uma nova etapa de um acordo com o país

Foto: Brendan SMIALOWSKI/AFP
Apoie Siga-nos no

O Fundo Monetário Internacional divulgou detalhes sobre o desembolso de 7,5 bilhões de dólares correspondente à quinta e à sexta revisões do acordo com a Argentina. Em um documento oficial, a entidade pediu ao governo argentino a adoção de uma série de medidas, entre elas o aumento de tarifas e a “contenção” de salários.

A Argentina assinou com o Fundo um programa de crédito segundo o qual o país receberia 44 bilhões de dólares em 30 meses, em troca do aumento das reservas internacionais e da redução do déficit fiscal. Em visita a Washington nesta semana, o ministro da Economia e candidato à Presidência, Sergio Massa, se reuniu com a diretora do FMI, Kristalina Georgieva.

Segundo um comunicado assinado por Georgieva, a Argentina deve “apoiar a estabilidade econômica e financeira”, a fim de cumprir com o déficit fiscal acordado. O controle das despesas, prosseguiu, deve ocorrer por meio de medidas como “a atualização das tarifas de energia e a contenção de salários e pensões públicas”.

“Essas ações são complementadas por aumentos temporários nos impostos cambiais sobre bens e serviços selecionados, para ajudar a compensar a perda de receitas de exportação relacionadas à seca.”

Logo após o resultado das eleições primárias argentinas, nas quais o ultradireitista Javier Milei foi o candidato mais votado, o Banco Central do país anunciou uma desvalorização de cerca de 20% na moeda local e fixou o dólar oficial em 350 pesos.

Para o FMI, esse “realinhamento da taxa de câmbio, em conjunto com o aperto da política monetária, deve continuar a ajudar a acumulação de reservas, ao mesmo tempo em que limita a transmissão da taxa de câmbio à inflação”.

O primeiro turno da eleição presidencial argentina está marcado para 22 de outubro. Os principais candidatos são:

  • Javier Milei, do partido La Libertad Avanza, de ultradireita;
  • Sergio Massa, da Unión por la Patria, de centro-esquerda;
  • Patricia Bullrich, do Juntos por el Cambio, de direita.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo