Economia

Haddad confirma meta de inflação contínua de 3% e rejeita ‘especulações’ sobre reunião do CMN

Para 2024, continua em vigor a regra antiga, de 3% com margem de tolerância de 1,5 ponto

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Diogo Zacarias/MF
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou nesta quarta-feira 26 que a meta de inflação contínua será de 3% para 2025 e 2026. Haddad ainda disse não ver sinal de apreensão em relação ao compromisso do governo e do Banco Central em relação ao cumprimento das metas.

Haddad falou com jornalistas após a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) nesta quarta. O ministro rejeitou ainda especulações sobre o motivo de Gabriel Galípolo (Diretor de Política Monetária do BC), e não Roberto Campos Neto, ter ido a reunião do CMN.

“Especulações sobre porque um estava, outro não estava, não fazem menor sentido porque eram os dois dirigentes que estavam tratando sobre o assunto para esclarecer esse um ponto do decreto”, comentou. Segundo Haddad, a meta contínua foi negociada com toda a área econômica, incluindo o Banco Central.

O governo federal publicou, em edição extra do Diário Oficial da União, o decreto que altera o sistema de metas da inflação para criar uma “meta contínua”.

No regime de metas contínuas, o governo fixará uma meta que, na prática, passará a ser permanente (neste caso, de 3%). Anteriormente, o cumprimento ou descumprimento da meta de um ano era avaliado somente no início de janeiro do ano seguinte.

Qualquer mudança desse número deve ser feita com antecedência mínima de 36 meses, esclareceu o ministro.

Entenda

Com a fixação da meta contínua, o CMN não precisa mais definir uma meta de inflação a cada ano. Apenas caso queira mudar a meta, o Conselho Monetário se reunira e publicará os novos limites de inflação, que só entrará em vigor depois de 36 meses (três anos).

Formado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad; pela ministra do Planejamento, Simone Tebet; e pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, o CMN reúne-se todos os meses.

Para 2024, continua em vigor a regra antiga, que estabeleceu meta de 3% com margem de tolerância de 1,5 ponto, os mesmos valores da meta contínua.

Além da meta contínua, o CMN também definiu que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será usado para medir a inflação.

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