O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou a situação das contas públicas do País, nesta quinta-feira 27, durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, conhecido como Conselhão.
Segundo o chefe da equipe econômica, o presidente Lula (PT) “resolveu enfrentar” os problemas orçamentários e “nunca desautorizou o Ministério da Fazenda na busca pelo equilíbrio das contas”. Além disso, o País enfrenta problemas fiscais há quase dez anos, enfatizou Haddad.
Ele reconheceu também a necessidade de “encerrar as pressões de gastos públicos”, mas ressaltou ser necessário cuidar “dos mais vulneráveis”.
Diante desse quadro, na avaliação de Haddad, o cenário exige um redesenho de políticas públicas, a ser apresentado ao presidente. A partir desse panorama, Lula teria “a sabedoria sobre o que fazer e o que não fazer para não prejudicar a população mais pobre”.
Apesar do tom adotado pelo Banco Central na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária, Haddad ressaltou que o horizonte não é de aumento da inflação. Ele disse que, desde que o regime de metas de inflação foi adotado, no final dos anos 1990, o Brasil vive seu período de índices médios de preços mais baixo.
O ministro afirmou que os críticos de Lula por supostamente “não prestar atenção na inflação”, na verdade, não se atentam aos dados divulgados pelo IBGE. “Estamos convergindo para a meta, que é uma meta exigente, e que foi ontem reafirmada.”
No discurso, Haddad ainda chamou a atenção para a proposta de regulamentação da reforma tributária, que deverá ser apreciada em breve pelo Congresso. Ele pediu ao Conselhão para usar sua “influência positiva” sobre o Legislativo, a fim de que a proposta seja aprovada.
Segundo ele, o objetivo é assegurar que a proposta tenha a “mesma qualidade da emenda constitucional, evitando excepcionalidades que fariam a alíquota padrão do imposto sobre consumo subir e não cair, como é o nosso desejo, pelo combate à sonegação e pela justiça tributária”.
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