Economia
Haddad: Pagamento de dívidas deixadas por Bolsonaro causaram déficit de R$ 230 bi em 2023
‘Legado tenebroso de desorganização das contas públicas’, afirmou o ministro sobre governo anterior
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2024/01/53410895706_0008579886_k-2-1.jpg)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, responsabilizou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por pelo menos metade do déficit das contas públicas registrado em 2023.
O déficit ocorre quando o governo gasta mais com despesas do que obtém de arrecadação de impostos. Segundo levantamento divulgado nesta segunda-feira 29, o déficit de 2023 foi de 230 bilhões de reais.
Em entrevista a jornalistas, Haddad disse que o valor foi alcançado por conta da decisão do atual governo de pagar calotes deixados por Bolsonaro, referentes aos precatórios e às isenções fiscais nos combustíveis.
“Esse resultado é expressão de uma decisão que o governo tomou de pagar o calote que foi dado, tanto em precatórios, quanto nos governadores em relação ao ICMS sobre combustíveis. Desses 230 bilhões, praticamente a metade disso é pagamento de dívida do governo anterior”, disse o ministro.
Haddad afirmou que o pagamento dessas dívidas poderia ter sido prorrogado pela gestão de Lula (PT) para 2027, ano em que o atual mandato presidencial já teria se esgotado. No entanto, o ministro disse que o governo avaliou que “não era justo” deixar o valor para ser pago só na próxima gestão.
O petista declarou ainda que o governo fez “esforço de passar a régua nesse legado tenebroso de desorganização das contas públicas”, ao se referir à gestão Bolsonaro. Segundo ele, calote semelhante ocorreu somente no governo de Fernando Collor de Mello.
Neste ano, o Ministério da Fazenda defende a perseguição da meta fiscal de déficit zero, com projetos que aumentam ou regulam a arrecadação de impostos. O Tribunal de Contas da União, porém, já indica possibilidade de déficit de 55 bilhões de reais nas contas públicas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.
Leia também
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2024/01/WhatsApp-Image-2024-01-19-at-13.17.59-1-300x173.jpeg)
Haddad recebe evangélicos e diz que buscará entendimento jurídico sobre isenções
Por Victor Ohana![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2024/01/53410895706_0008579886_k-2-1-300x173.jpg)
MP da Reoneração: Pacheco fala em recuo, mas Haddad segue defendendo a medida
Por Victor Ohana![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2024/01/d54298718b8741839d64f20739a055b1-300x217.jpg)