Haddad pede a Guedes mais tempo para decidir sobre corte de impostos sobre os combustíveis

O pedido ocorre após a sinalização de que o Ministério da Economia estaria preparando uma MP para prorrogar o corte dos impostos sobre combustíveis por até 90 dias

O novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Evaristo Sá/AFP

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O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), pediu à equipe do atual ministro da Economia Paulo Guedes mais tempo para decidir sobre a isenção de impostos federais sobre os combustíveis. O prazo para a desoneração dos tributos se encerra no dia 31 de dezembro.

O pedido ocorre após a sinalização de que o Ministério da Economia estaria preparando uma medida provisória para prorrogar o corte do PIS e Cofins sobre combustíveis por até 90 dias.

“Levei à consideração do presidente [Bolsonaro] um pedido do governo eleito para que o governo atual se abstenha de tomar qualquer medida na última semana que venha impactar o futuro governo, sobretudo em temas que podem ser decididos daqui 10 dias, 15 dias, daqui um mês”, declarou o futuro ministro na terça-feira 27 em conversa com jornalistas.

“Sem atropelo para que a gente tenha sobriedade de fazer cálculo de impacto, verificar a trajetória do que que a gente espera nas contas públicas ao longo dos próximos anos. Então o pedido que eu fiz ao ao ministro Guedes por telefone foi de que eu e o Lula entendíamos que o governo atual justamente agora deveria se abster de medidas que fossem impactar o o custo dos acontecimentos para o futuro”, completou.

Se a isenção não for prorrogada, a gasolina, o diesel e o gás de cozinha teriam um aumento súbito de preços a partir da posse de Luiz Inácio Lula da Silva, no próximo domingo.

O governo Bolsonaro zerou neste ano, como estratégia para frear a inflação e também como parte da campanha à reeleição (que acabou derrotada), os impostos PIS/Cofins e Cide sobre combustíveis.


Embora previsto no Orçamento, a isenção do imposto sobre combustíveis precisa ser confirmada por outro instrumento legal, já que a atual legislação só prevê o tributo zerado até o fim do ano.

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