Economia
Lula e a meta de inflação
A independência não significa que os BCs não prestem contas aos políticos e à opinião pública
Os humores dos mercados e de seus acólitos midiáticos azedaram. A gota de amargura foi derramada pelas críticas de Lula ao presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto.
Confesso ao eventual leitor dessas mal traçadas linhas que hesitei ao formular a frase acima. Na primeira versão, escrevi “críticas do presidente Lula a Roberto Campos Neto”. Senti um repelão nas costas. Um ente misterioso manifestou seu desagrado. Em sobressalto, minha filha Luísa advertiu: “Pai, você desagradou ao Espírito do Mercado”.
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Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
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