Economia

Número de jovens que não estudam, não trabalham e nem procuram emprego chega a 5,4 milhões

Dados sobre a parcela dos chamados ‘nem-nem’ são do Ministério do Trabalho e foram divulgados nesta terça-feira

Mutirão Nacional do Emprego da UGT. Foto: Agência Brasil
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Há, em 2024, mais jovens no País que não estudam, não trabalham e nem estão procurando emprego. No primeiro trimestre do ano passado, havia cerca de 4 milhões de pessoas entre 14 e 24 anos nessa condição. Agora, no mesmo período do ano, são 5,4 milhões.

Os dados são do Ministério do Trabalho, que divulgou, nesta terça-feira 28, um levantamento sobre o tema. Os números foram apresentados pela subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho, Paula Montagner, em um evento do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) em São Paulo.

De acordo com o levantamento, cerca de 60% dessa população é composta por mulheres. A maior parte delas, inclusive, tem filhos pequenos. Em um outro recorte, 68% dos que não estudam, não trabalham e nem buscam emprego são negros.

Segundo o Censo mais recente, jovens entre 14 e 24 anos representam 17% da população do Brasil. São, portanto, 34 milhões de pessoas. Esse grupo, via de regra, estaria em processo de formação educacional e/ou início da vida profissional. Entretanto, a taxa de participação desse grupo no mercado de trabalho ainda não conseguiu superar os efeitos da pandemia de Covid-19.

No primeiro trimestre de 2019, por exemplo, a taxa de participação de jovens entre 14 e 24 anos no mercado de trabalho do País era de 52,7%. Quatro anos depois, segundo a PNAD Contínua do IBGE, o patamar é de 50,5%. 

Os números dizem respeito a jovens ocupados e os desocupados que estão buscando emprego. De uma forma mais geral, ainda há o grupo de pessoas que não procura emprego para realizar outra atividade, como estudar.

Para que se possa ter uma dimensão do quadro, é preciso somar os 5,4 milhões de jovens que não estudam, não trabalham e nem procuram emprego com o que formalmente se convenciona definir como “desocupados”. Ou seja, aqueles que não estudam e não trabalham, mas estão procurando emprego. 

Os últimos, segundo os dados mais recentes, somam 3,2 milhões de pessoas. No total, portanto, os chamados “nem-nem” são 8,6 milhões no Brasil.

A pesquisa mostrou não apenas o tamanho da população jovem que está fora do mercado de trabalho, mas buscou entender como é que essas pessoas, quando possuem trabalho, exercem as suas atividades.

Segundo o levantamento, quase metade (45%) da população ocupada na faixa entre 14 e 24 anos trabalha na informalidade. Se o total da população ocupada nessa faixa etária é de 14 milhões de pessoas, o montante que vive na informalidade é de 6,3 milhões. 

A grande maioria – 12 dos 14 milhões, segundo o levantamento – trabalha em cargos de baixa qualificação e remuneração, segundo o estudo. Somente 12% – cerca de 2 milhões de pessoas – atuam em ocupações técnicas, atividades culturais ou ligadas à comunicação e à informática, que são menos permeadas pela informalidade.

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