O tumulto do déficit zero

Que tal nos arriscarmos na compreensão do processo macroeconômico de formação da renda, lucros e receita do Estado?

Pantagruel. Qualquer centavo que não seja direcionado ao pagamento da dívida é desperdício, dizem os experts – Imagem: Ilustração: Honoré Daumier

Apoie Siga-nos no

A semana foi ilustrada por reações dos mercados e de seus economistas às palavras do presidente Lula. No proscênio das indignações e desconfianças brilhava um conhecido personagem da tragicomédia econômica, o “déficit zero”.  Manchetes, editoriais e comentários na mídia corporativa destilaram críticas contundentes.

As expectativas dos mercados financeiros passam a se orientar por suposições acerca da evolução da “crise financeira do Estado”. Nos próximos meses, é preciso acompanhar a avaliação dos detentores e gestores da riqueza sobre os rumos da política fiscal e do endividamento público. Há sinais de que os senhores da finança já desconfiam da trajetória do déficit fiscal e da dívida pública.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

3 comentários

CLOVIS DEITOS 4 de novembro de 2023 01h39
Mesmo sendo apenas contabilista, sempre comuniquei dessa teoria do professor Belluzzo.
CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 6 de novembro de 2023 20h06
Mas os acumuladores mercantilistas conseguem entender isso? Sim, mercantilistas, porque, no Brasil ainda não chegou sequer o capitalismo da primeira revolução industrial. Ou o agro não seria “tudo”. E quanto aos jornalistas, salvo alguns pouquíssimos, são tudologistas que leem as orelhas de livros de Economia e se metem a pontificar, como fazem no futebol, na área jurídica, na política… Sei o que digo, sou jornalista.
CRISTIANE DERANI 6 de novembro de 2023 22h38
muito claro e elucidativo esse artigo.

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.