A oferta de energia limpa e renovável foi destaque no último Leilão de Energia Nova, realizado, na sexta-feira 14, pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Houve quebra da hegemonia das hidrelétricas e dos combustíveis fósseis que dominaram todos os pregões do ano passado. As fontes solar e eólica obtiveram os menores preços médios do certame, respectivamente 175,66 reais e 171,20 reais o megawatt-hora. Assim, observou o Instituto de Energia e Meio Ambiente, elas se mantêm como as duas opções mais baratas entre todos os tipos de fontes comercializadas. Dos 22 empreendimentos, totalizando 557,5 megawatts de potência comprados pela Cemig e Equatorial, a geração solar representou 44%, as hidrelétricas, 55,3%, as eólicas, 11,2%, e a biomassa, 8,2%. Outro 0,8% virá de uma usina de resíduos sólidos. Para a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), essa fonte poderia ter liderado o leilão, não fosse o “jabuti” da lei da capitalização da Eletrobras, que obriga a contratação de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) a preços médios de venda 57% mais caros do que aqueles de usinas solares. O diretor-executivo do Iema, André Luís Ferreira, ressaltou ser preciso debater com a sociedade “se faz sentido utilizar o setor elétrico, em especial seus consumidores, para alavancar a expansão da indústria do gás natural no Brasil”, via leilões concebidos para ampliar a geração por meio de gás natural, mais caro e mais poluente.
CERCO AO DESMATAMENTO
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