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Voo de galinha

A retomada da economia é animadora, mas o desenvolvimento impõe maior investimento público

Sinais. O setor automotivo deve injetar 41,4 bilhões de reais. A participação do BNDES na oferta de financiamento para infraestrutura caiu de 96%, em 2012, para 40% em 2019 – Imagem: Fernando Frazão/ABR e Ricardo Stuckert/PR
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O anúncio de centenas de bilhões de reais em investimentos e a melhora dos indicadores de confiança empresarial marcam uma inversão total de expectativas na comparação com o ambiente depressivo do governo anterior, marcado por austeridade radical e profunda inépcia na gestão econômica. O movimento não é, porém, suficiente para recolocar o País nos trilhos do desenvolvimento, alertam especialistas. O problema principal é o cerceamento do investimento público, iniciador histórico dos processos de desenvolvimento, pelo garrote do sistema financeiro e do rentismo, manejado pelo Centrão sob comando do deputado Arthur Lira.

Bilhões estão sendo mobilizados para movimentar a economia. A Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base, conhecida pela sigla Abdib, anunciou na quarta-feira 7 que os investimentos em infraestrutura, exceto no setor de óleo e gás, deverão atingir o valor recorde de 235 bilhões de reais neste ano, sendo 80% do setor privado. O novo PAC prevê 1,7 trilhão de reais, sendo 1,3 trilhão até 2026. A Nova Política Industrial contará com recursos de 300 bilhões e a indústria automobilística programou investimentos de 41,4 bilhões até 2032. Os investimentos em descarbonização deverão totalizar 400 bilhões anuais, segundo estimativas da consultoria McKinsey. A indústria do plástico projeta investimento de 42,3 bilhões em quatro anos.

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