Editorial

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O papa estadista

Francisco foi providencial para desfazer o malfeito por Wojtyla

Na Praça São Pedro vazia, Francisco prepara-se a confortar os fiéis atingidos pela pandemia. Abaixo, Wojtyla longe de Giotto – Imagem: Vincenzo Pinto/AFP e Gerard Julien/AFP
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Nem todos os papas vão para o Paraíso. Consta até que muitos deles acabam no Inferno, com largos méritos. De Alexandre VI, registrado como Borgia, mas de verdade Borja, pai de quatro filhos nem todos de bom caráter, a Pio XII, nobre romano que simpatizou com Hitler. Alguns tiveram desempenhos historicamente notáveis, embora voltados para uma atuação por demais terrena e conveniente para alguns graúdos fiéis em detrimento de outros.

Neste atribulado momento, quando o planeta é sacudido pelo tropel dos cavaleiros do Apocalipse, um pontífice assume o papel de estadista do mundo para repor a situação no devido lugar e consertar o malfeito de quem o precedeu e, certamente, não foi ao Paraíso. Prorrompe a extraordinária figura de um papa capaz de desejar um nome apenas do santo de Assis, o Poverello Francisco, habilitado a jogar às urtigas os privilégios da sua casta para dedicar-se ao socorro dos desvalidos.

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