Editorial

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Patética nostalgia

Dos bons humores do passado ao atual cenário sombrio

Guarujá: a descontração luxuosa à sombra do Grande Hotel – Imagem: Werner Haberkorn/Coleção Museu Paulista
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Tombstone, a cidade mais perigosa do faroeste selvagem transferiu-se, com contemporaneidade quântica, para o Guarujá, no litoral sul paulista. Ali se repetem cenas cinematográficas de filmes empolgantes para as plateias do século passado. Dá-se apenas que, desta feita, as balas e suas consequências mortais são verdadeiras. Desenrola-se este enredo na reportagem de capa desta edição, mas vale a pergunta aos meus botões assustados: algo igual se daria hoje em países civilizados e democráticos? A quem atribuir as responsabilidades pela tragédia?

Falam eles em um mar de responsabilidades, a remontar à feroz colonização predadora. A incrível aprovação que a refrega recebe do governador Tarcísio de Freitas nega o mais elementar dos saberes jurídicos: a polícia prende e entrega os autores à Justiça. Aí está o problema: o Brasil é escravo de leis promulgadas com o exclusivo propósito de proteger a desigualdade, fonte do poder dos mais fortes. Quem sabe tudo se deva à transferência de D. João VI, o soberano fugitivo de Lisboa para o Rio de Janeiro no momento em que as forças napoleônicas transpuseram as fronteiras lusitanas.

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