Coronel acusado de agredir professor em Manaus é intimado a depor

Professor de escola gerida pela PM acusa diretor da unidade de agredi-lo com tapa no rosto e praticar tortura física e psicológica

Vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento que professor é encurralado por policiais no colégio CMPM 1, no Amazonas. Créditos: divulgação

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O tenente-coronel Augusto Cesar Paula de Andrade, diretor do Colégio Militar da Polícia Militar (CMPM) 1, unidade Petrópolis, em Manaus, foi intimado a depor pela Justiça do Estado sobre agressão cometida contra o professor Anderson Pimenta Rodrigues que lecionou na unidade. O depoimento está marcado para o dia 17 de fevereiro na 15ª Vara do Juizado Especial Criminal. Veja o documento de intimação.

Em outubro do ano passado, CartaCapital publicou uma reportagem sobre o caso. O docente foi agredido com um tapa no rosto pelo tenente e posteriormente conduzido a uma sala por Andrade, acompanhado de mais dois militares. Anderson afirmou à reportagem ter sofrido tortura física e psicológica. “Fui empurrado, tive arma apontada para a minha cabeça e fui chamado de ‘professor de merda’”, relatou. À época, Anderson registrou um boletim de ocorrência por lesão corporal. O laudo do exame de corpo de delito produzido pelo Instituto Médico Legal comprovou “lesões compatíveis com as produzidas por instrumento ou meio contundente”.

O caso do professor foi um dos 120 encaminhadas ao Ministério Público do Amazonas em 2019. Há denúncias de assédio moral, sexual e violência feitas por professoras e mães de alunos e que recaem sobre os militares que atuam nos nove colégios  sobre nove colégios militares do Amazonas. O CMPM1 lidera os casos – há pelo menos mais três denúncias, para além do caso de agressão contra o professor.

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