Frente parlamentar repudia intervenção de Bolsonaro na escolha de reitor da UFRGS

'Ato presidencial coloca em xeque a governabilidade da instituição', destaca o grupo

Créditos: divulgação

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A Frente Parlamentar pela Valorização das Universidades Federais manifestou repúdio contra a decisão do presidente Jair Bolsonaro de nomear o terceiro colocado da lista tríplice como novo reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Carlos Andre Bulhões Mendes foi escolhido por Bolsonaro na terça-feira 15.

O ato não é ilegal. Tradicionalmente, o nome mais votado pela comunidade acadêmica é o escolhido, mas o presidente tem a prerrogativa legal de optar por qualquer uma das três chapas que integram a lista. Bolsonaro, no entanto,  já ignorou o resultado de consulta interna em 14 instituições federais de ensino, o que é visto como uma forma de praticar intervenção nas universidades.

A escolha de Carlos Bulhões vinha sendo antecipada pelo deputado bolsonarista Bibo Nunes (PSL-RS), um dos parlamentares mais próximos do presidente.

A frente parlamentar destaca que “o ato presidencial desconsidera a decisão da comunidade acadêmica, coloca em xeque a governabilidade da instituição e representa uma afronta à autonomia universitária, prevista no artigo 207 da Constituição Federal”.

A chapa do futuro reitor, que é professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), e da também docente Patrícia Helena Lucas Pranke foi a menos votada tanto na consulta acadêmica promovida pela UFRGS quanto na do Conselho Universitário (Consun), que definiu a lista tríplice encaminhada ao Ministério da Educação. O vencedor da consulta foi o atual reitor da universidade, Rui Oppermann.


A nomeação de Carlos Bulhões gerou críticas por parte do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFRGS, que o considera um “interventor”.

Agora, cabe ao MEC marcar uma data para a posse do novo reitor. Na sequência, a UFRGS deverá promover uma cerimônia interna para a transmissão do cargo e o início do mandato.

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