Educação

Governo lança o ‘Fies Social’, programa que financia até 100% das mensalidades em faculdades privadas

Programa pretende atender estudantes de baixa renda; conheça os detalhes

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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O governo federal lançou, por meio de uma resolução publicada nesta sexta-feira 16, o Fies Social. O programa se propõe a financiar em até 100% os cursos de cursos em faculdades privadas.

A ideia do programa é criar condições especiais de acesso ao Fies para estudantes inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) e que tenham renda familiar por pessoa de até meio salário mínimo.

O programa também vai contar com reserva de vagas para estudantes que se declaram pretos, pardos, indígenas ou quilombolas, bem como para pessoas com deficiência.

A resolução do Ministério da Educação (MEC) estabelece que ao menos metade das vagas de cada processo de seleção será destinada para alunos que tenham renda familiar per capita de meio salário mínimo.

Ainda não há uma estimativa oficial a respeito de quantos estudantes poderão ser beneficiados pelo Fies Social. Pela resolução, as regras passam a valer no segundo semestre deste ano.

Historicamente, o Brasil é um país que enfrenta dificuldades com a evasão em universidades. Segundo o Mapa do Ensino Superior, publicado pelo Instituto Semesp em junho do ano passado, 55% dos alunos das faculdades do país desistiram de completar o curso superior, entre 2017 e 2021. 

As últimas décadas foram marcadas pelo aumento na oferta de cursos universitários por parte de faculdades privadas. Atualmente, segundo o instituto, mais de 70% da oferta de todo o ensino superior do país é privada.

Esse fator, por um lado, amplia as possibilidades de entrada no ensino superior, mas, por outro, pode impor restrições ao acesso, exatamente por conta da cobrança de modalidades. É a partir dessa lógica, por exemplo, que se desenvolve programas como o Fies, que exige dos governos o repasse de recursos públicos para os grupos proprietários das faculdades.

Segundo o Semesp, 90% dos alunos que ingressam no ensino superior têm renda de até três salários mínimos. Do total, quase metade (45%) possui renda de cerca de um salário mínimo e meio.

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