Educação
Weintraub compara ações da PF no inquérito de fake news a perseguições nazistas
O ministro da educação criticou a ação de busca e apreensão realizada nesta quarta que envolveu empresários e apoiadores de Bolsonaro
O ministro Abraham Weintraub comparou a ação de busca e apreensão deflagrada dentro do inquérito das fake news do Supremo Tribunal Federal às perseguições feitas durante o nazismo.
Em uma de suas postagens, Weintraub afirma que os envolvidos na operação tiveram seus “lares violados” e compara a atuação da Polícia Federal à da SS Totenkopf, divisão militar ligada à proteção de Adolf Hitlerm e que cometeu numerosos crimes de guerra. “Nesse momento sombrio, digo apenas uma palavra aos irmãos que tiveram seus lares violados: LIBERDADE!”, escreveu.
Cresci escutando como os Weintraub foram caçados e como sobreviveram ao inferno de Hitler. Escutei como a SS Totenkopft entrava nas casas das famílias inimigas do Nazismo. Nesse momento sombrio, digo apenas uma palavra aos irmãos que tiveram seus lares violados: LIBERDADE!
— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) May 27, 2020
Na sequência, em outro post em que cita a operação como “vergonha” e “infâmia nacional”, o ministro da educação utilizou a expressão nazista “Sieg Heil”, que significa “Salve a vitória ou viva a vitória”, como forma de criticar a imprensa que noticiou os desdobramentos da ação policial nesta quarta-feira. ” Profanaram nossos lares e estão nos sufocando. Sabem o que a grande imprensa oligarca/socialista dirá? SIEG HEIL!”, escreveu.
Hoje foi o dia da infâmia, VERGONHA NACIONAL, e será lembrado como a Noite dos Cristais brasileira. Profanaram nossos lares e estão nos sufocando. Sabem o que a grande imprensa oligarca/socialista dirá? SIEG HEIL! pic.twitter.com/8rIGUbRSIM
— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) May 27, 2020
Nesta manhã, a Polícia Federal deflagrou uma ação de busca e apreensão dentro do inquérito sobre fake news contra a corte. Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação. A ação atingiu 29 pessoas ligadas ao presidente Jair Bolsonaro, entre empresários e youtubers. Foram alvo da operação nomes como Allan Santos, do canal Terça Livre; a militante Sara Winter; o empresário Luciano Hang, proprietário da Havan; e o ex-deputado federal Roberto Jefferson, entre outros.
Parlamentares também serão investigados. Embora não tenham sofrido a ação de busca e apreensão, os deputados federais Bia Kicis, Carla Zambelli, Daniel Silveira, Filipe Barros, Cabo Junior do Amaral e Luiz Philippe de Orleans e Bragança foram intimados a prestar depoimento em até 10 dias. Os deputados estaduais de São Paulo Douglas Garcia (PSL) e Gil Diniz (PSL) também integram a lista.
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