Educação

Weintraub deve depor à PF esta tarde em inquérito que investiga racismo

O ministro passou a ser investigado pelo crime depois de publicar em suas redes que a China poderia se beneficiar da pandemia do coronavírus

O ministro da Educação, Abraham Weintraub (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)
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O Ministro da Educação, Abraham Weintraub, deve prestar depoimento à Polícia Federal às 15h desta quinta-feira 04 por suposto crime de racismo. No início de abril, Weintraub fez uma publicação em suas redes sociais insinuando que a China poderia ter interesses com a pandemia do coronavírus e se beneficiar dela. A publicação foi apagada posteriormente.

Além disso, Weintraub ridicularizou a forma de alguns chineses pronunciarem palavras da língua portuguesa trocando a letra R pela L e, para isso, fez menção personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, de Maurício de Souza. Depois, disse que até poderia pedir perdão à China, desde que o país enviasse ao Brasil respiradores para serem utilizados no enfrentamento ao coronavírus.

O depoimento do ministro faz parte de um inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), aberto a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) para apurar o possível crime de racismo. Weintraub tentou obter o direito de marcar dia, hora e lugar para seu depoimento, mas o pedido foi negado pelo relator do caso, o ministro Celso de Mello. Na decisão, Celso afirmou que Weintraub é investigado e não testemunha, portanto não tem esse direito.

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“Na realidade, o ministro de Estado – quando se qualificar como indiciado ou réu – terá, como qualquer outra pessoa, o direito à observância, por parte do Poder Público, das garantias individuais fundadas na cláusula do ‘due process of Law”’ podendo, até mesmo, recusar-se a responder ao interrogatório policial ou judicial, exercendo, concretamente, o privilégio constitucional contra a autoincriminação”, redigiu Celso de Mello na decisão.

Nesta quinta-feira, o ministro voltou a fazer uma publicação em suas redes sociais falando sobre liberdade de expressão. “A liberdade de expressão não pode ser violada, sob nenhum pretexto”, escreveu.

Weintraub também já foi ouvido no inquérito das fake news do STF, que tem colo relator o ministro Alexandre de Moraes, e investiga notícias fraudulentas”, ofensas e ameaças que “atingem a honorabilidade e a segurança” da Corte, de seus membros e de familiares. No depoimento realizado no último dia 29, o ministro preferiu se manter em silêncio.

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