O Ministério Público de Goiás deflagrou nesta terça-feira 18 a Operação Penalidade Máxima II, a mirar indícios de manipulação de resultados de jogos de futebol, inclusive em partidas do Campeonato Brasileiro.
A suspeita é de que o grupo criminoso tenha atuado em pelo menos cinco jogos da Série A de 2022, além de cinco partidas de campeonatos estaduais deste ano.
A operação cumpriu três mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão em 16 municípios de seis estados. A autorização partiu da 2ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores de Goiás.
Em coletiva de imprensa, o MP revelou os cinco jogos do Brasileirão de 2022 sob suspeita. Quatro confrontos foram realizados entre 5 e 6 de novembro:
- Santos x Avaí, com suspeita de tentativa de cooptação de um atleta do Santos para receber cartão amarelo;
- Red Bull Bragantino x América MG, para um atleta do Bragantino ser punido com cartão amarelo;
- Goiás x Juventude, para dois atletas do Juventude receberem cartão amarelo; e
- Cuiabá x Palmeiras, para um jogador do Cuiabá tomar amarelo.
Também entrou na mira o duelo entre Santos e Botafogo em 10 de novembro, no qual haveria um atleta cooptado para receber cartão vermelho.
Segundo o MP, durante o cumprimento de um dos mandados nesta terça, um atleta confessou a participação fraudulenta em outro jogo, disputado em 10 de setembro por Juventude e Palmeiras.
“A quantia envolvida quanto à cooptação de atletas da Série A para punução de amarelo e vermelho girava em torno de 50 e 60 mil reais por atleta para cada evento esportivo”, informou Fernando Cesconetto, do Ministério Público de Goiás.
Confira a lista de jogos válidos por campeonatos estaduais investigados pelo MP:
- Goiás x Goiânia – 12 de fevereiro de 2023;
- Caxias x São Luiz-RS – 12 de fevereiro de 2023;
- Esportivo-RS x Novo Hamburgo – 11 de fevereiro de 2023;
- Luverdende x Operário – 11 de fevereiro de 2023;
- Guarani x Portugusa – 8 de fevereiro de 2023.
“Valores que variavam entre 70 mil e 100 mil”, disse Cesconetto. “Esses jogos seriam todos manipulados, variando eventos de cartões amarelos, pênaltis e eventos. Arrecadamos materiais em variados estados, como equipamentos eletrônicos.”
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