Esporte
Para 16% dos italianos, imitar macaco faz parte do ato de torcer, diz pesquisa
Em 20 de janeiro, durante uma partida do campeonato italiano entre Udinese e Milan, o goleiro Mike Maignan abandonou o gramado
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2024/02/000_34HK6DU.jpg)
Cerca de 16% dos italianos acreditam que imitar gritos de macaco e proferir injúrias raciais como as que o goleiro do Milan, Mike Maignan, sofreu recentemente são justificáveis para apoiar uma equipe de futebol, segundo uma pesquisa publicada nesta quinta-feira 8.
Nesta pesquisa, realizada entre 24 e 26 de janeiro pelo instituto SWG com 800 pessoas, 16% avaliaram que “imitar um grito de macaco ou jogar banana nos jogadores negros faz parte do apoio a uma equipe”.
Além disso, 18% opinaram que ser torcedor de uma equipe autoriza “chamar um jogador de ‘cigano’ ou ‘judeu’ e “insultar um jogador por sua nacionalidade ou origens”.
Em 20 de janeiro, durante uma partida do campeonato italiano entre Udinese e Milan, Maignan abandonou o gramado, assim como seus companheiros, depois de ter sido alvo de gritos que imitavam o som de macaco, forçando o árbitro a interromper a partida.
O jogo foi retomado depois de cinco minutos de pausa e, no dia seguinte, Maignan pediu às autoridades uma reação contra o problema que é recorrente no país.
A Udinese proibiu a entrada pelo resto de vida de cinco de seus torcedores e foi condenada a jogar uma partida com portões fechados, punição reduzida após um recurso ao fechamento de uma arquibancada durante duas partidas.
Segundo essa pesquisa, 74% das pessoas avaliam que é normal que “os jogadores vítimas tomem posições firmes a respeito”, mas 22% acreditam que “como pessoas públicas pagas pelo público devem suportar tudo o que aconteça”.
A metade das pessoas entrevistadas (51%) avalia que insultar sua própria equipe ou o esportista para o qual torce depois de um resultado ruim faz parte do que é ser torcedor. Para 46%, insultar árbitros faz parte de ir a um estádio.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.
Leia também
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2024/02/000_34HV4CL-300x200.jpg)
‘Golpe fracassado’: operação que mira Bolsonaro e militares ganha repercussão internacional; confira
Por Camila da Silva![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2019/08/Nicolás-Maduro-300x180.png)
Venezuela promete ‘resposta contundente’ após anúncios de exploração de petróleo na Guiana
Por AFP![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2024/02/Captura-de-Tela-2024-02-08-às-10.32.08-300x201.png)
Mariupol, a cidade ucraniana sob os escombros da guerra
Por André Lucena![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2024/02/CAPA-para-matéria-1064-×-614-px-2024-02-07T163842.316-300x173.png)
‘Bebi duas garrafas de vinho e um copo de whisky’, diz Daniel Alves em julgamento
Por CartaCapital![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2024/02/000_34HQ3TW-300x200.jpg)