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Polícia tenta desvendar motivação para massacre de Las Vegas

Stephen Paddock viveu 64 anos sem levantar qualquer suspeita e parecia se preparar para uma aposentadoria tranquila perto dos cassinos

Polícia tenta desvendar motivação para massacre de Las Vegas
Polícia tenta desvendar motivação para massacre de Las Vegas
Vigília pelos mortos em Las Vegas, na noite de 2 de outubro
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O que levou um contador de 64 anos, que nunca despertou qualquer suspeita entre parentes e amigos, supostamente rico e que aparentemente se preparava para uma aposentadoria tranquila perto dos cassinos de Las Vegas, a realizar o maior massacre da história recente americana?

Essa é a pergunta que permanece sem resposta, dois dias após Stephen Paddock subir ao 32º andar do hotel Mandalay Bay com 23 armas automáticas, de diferentes calibres, e abrir fogo contra a plateia de um festival de música, deixando ao menos 59 mortos e mais de 500 feridos. 

Até aqui, sabe-se que Paddock havia se hospedado no hotel em 28 de setembro. Autoridades locais e federais descartaram qualquer ligação dele com grupos terroristas, apesar de o “Estado Islâmico” ter reivindicado o ataque. Por ora, também concluíram que ele agiu sozinho.

Sabe-se também que Paddock morava desde 2013 num condomínio de aposentados em um subúrbio de Mesquite, cidade a 140 quilômetros de Las Vegas, no estado de Nevada. O local só aceita pessoas com mais de 55 anos e tem 1400 casas.

 

Segundo jornais da Flórida, ele também possuía uma casa em um condomínio similar no estado e dois aviões de pequeno porte, o que aponta para uma aposentadoria abastada. Em buscas realizadas em Mesquite, policiais encontraram 18 outras armas de fogo, alguns explosivos e munição.

Nada, porém, parece apontar para a motivação para o ataque. Paddock não tinha ficha criminal, com exceção de uma infração de trânsito. Uma ex-vizinha chamada Sharon Judy, de Viera, na Flórida, disse ao jornal que Paddock era um homem amigável e um apostador profissional. Outra lembra que sua casa parecia mais a de um estudante – desordenada e com poucos móveis.

Eric Paddock, irmão do atirador, disse que a família está “espantada”. Foi ele que, em 2013, ajudou Stephen a trocar a Flórida de vez por Nevada para pode jogar mais pôquer. Os dois se falaram pela última vez algumas semanas atrás, por mensagens de celular, sobre a falta de energia provocada pela passagem do furacão Irma.

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A polícia chegou a informar que estava à procura da namorada de Paddock, descrita como uma “asiática” de 62 anos que aparentemente vivia com o atirador no condomínio de aposentados. Mais tarde, as autoridades afirmaram que ela não tem qualquer relação com a chacina e estava nas Filipinas quando tudo ocorreu.

Uma ex-mulher dele divulgou que eles se divorciaram há 27 anos e desde então não mantinham mais contato. Eles não tiveram filhos. 

Pouco depois o irmão de Paddock revelou que o patriarca da família, chamado Patrick Benjamin Paddock, era um criminoso. Segundo a New York Magazine, Patrick era um ladrão de bancos que agiu na década de 1960 e 1970 e chegou a ser incluído na lista de dez fugitivos mais procuradores do FBI, a polícia federal americana. O pôster que mostrava a foto do velho Paddock informava que ele era “um psicopata” e “muito perigoso”. Ele foi preso em 1978 e morreu 20 anos depois.

Stephen Paddock se matou antes que a polícia invadisse seu quarto no 32º andar do hotel Mandalay Bay. Com base em relatos de sobreviventes e em vídeos do massacre, estima-se que ele tenha atirado por até dez minutos, com pausas para trocar de armas, deixando poucas chances para suas vítimas.

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