Justiça
Justiça aceita denúncia contra três homens por morte de PM da Rota em São Paulo
Além do autor dos disparos, o MP denunciou dois homens que não teriam impedido a ação do atirador
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A Justiça de São Paulo aceitou uma denúncia do Ministério Público contra três homens pelo homicídio do soldado Patrick Bastos Reis, da Rota, no Guarujá, litoral paulista.
Um dos alvos da denúncia é Erickson David da Silva, o Deivinho, apontado pelo inquérito da Polícia Civil como o autor dos disparos. Também foram denunciados por homicídio Marco Antonio de Assis Silva, conhecido como Mazaropi, e Kauã Jazon da Silva, irmão de Deivinho, apenas por não terem impedido o autor de atirar. A lei penal brasileira não obriga civis a evitar que alguém cometa crimes.
“São responsáveis na medida de sua participação (…), visto que dividiam as funções [ligadas ao tráfico de drogas no local] e nada fizeram para conter a ação de Deivinho”, diz o documento do Ministério Público.
Na mesma decisão, a juíza Denise Gomes Bezerra Mota, da 1ª Vara Criminal do Guarujá, converteu as prisões de Erickson e Kauã de temporária para provisória (sem prazo para expirar). A magistrada considerou haver “indícios de autoria e prova da materialidade” e entendeu ter sido demonstrada “a periculosidade real” dos acusados.
O policial da Rota foi baleado em 27 de julho, enquanto estava em patrulhamento na comunidade Vila Júlia. Ele chegou a ser levado ao Pronto Atendimento da Rodoviária, mas não resistiu. Outro policial foi baleado na mão esquerda, mas foi liberado.
A morte do policial desencadeou a Operação Escudo, que já resultou em 16 mortes e 181 prisões. O governo de Tarcísio de Freitas promete manter a ação por pelo menos um mês. O bolsonarista e seu secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, têm defendido a conduta policial e minimizado o número de mortes. Enquanto isso, entidades de defesa dos direitos humanos confirmam ter recebido relatos de tortura.
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