Justiça

MP pede afastamento de Flordelis após explosão de bomba na casa de testemunha

Promotor alega dificuldade de localizar paradeiro da deputada e solicita monitoramento com tornozeleira eletrônica

Flordelis é acusada de ser a mandante do assassinato de seu marido, o pastor Anderson do Carmo. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pediu o afastamento da deputada federal Flordelis (PSD-RJ) de sua função pública como parlamentar, com aplicação de recolhimento domiciliar noturno e monitoramento por tornozeleira eletrônica, em documento assinado em 11 de setembro, pelo promotor Carlos Gustavo Coelho de Andrade.

 

O pedido foi encaminhado para a 3ª Vara Criminal da Comarca de Niterói, mas ainda não houve decisão judicial.

No documento, o promotor cita o depoimento de Regiane Ramos Cupti Rabello, que relatou à Justiça que sua casa sofreu um atentado com a explosão de uma bomba em seu quintal. Ela disse que, em 3 de setembro, por volta das 23h30, estava dormindo em sua residência quando ouviu um “enorme estrondo”, e um “forte clarão” entrou em sua casa.

Regiane é testemunha nos processos criminais relativos a Flordelis. Segundo ela, o atentado ocorreu após os advogados da deputada terem acesso às oitivas de Lucas dos Santos, filho da parlamentar acusado de envolvimento na morte de Anderson do Carmo. Ele, que também é réu, depôs no inquérito e disse que recebeu a proposta para cometer o crime.

Depois do atentado, disse que se sente insegura e com medo, “ainda mais diante da liberdade da ré”, que tem imunidade parlamentar.

O MP-RJ já havia pedido a aplicação de medidas contra Flordelis, em 24 de agosto, alegando dificuldade de localização do paradeiro da deputada. Mas a solicitação foi indeferida, porque considerou-se que a ré poderia ser encontrada facilmente.

Com os fatos novos, diz o promotor, tornam necessária a decretação das cautelares.

“Neste quadro de incerteza acerca do paradeiro da ré, que não estava sendo encontrada nem em Niterói nem em Brasília, verificou-se o atentado com explosivos contra Regiane, testemunha arrolada na denúncia, cuja autoria está sendo investigada pela Polícia”, sustenta o promotor.

O MP-RJ afirma ainda que a liberdade plena de Flordelis e a incerteza de seu paradeiro “causam severa intranquilidade não apenas na testemunha que diretamente sofreu o atentado, como também em todas as demais testemunhas e nos corréus, em especial, Lucas.”

A parlamentar é suspeita de ser a mandante do assassinato a tiros do marido, em 16 de junho de 2019.

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